Quero um remédio para aliviar essas dores, sintomas habituais da doença que se chama vida.
Quero algo para apagar as chamas que existem em meus olhos, incinerando todo o bom senso.
Quero rasgar vestes, ventres, carne, sangue, alma.
Quero sufocar. Sufocar o grito entalado na garganta, sufocar o ócio, o ódio. A frustração que consome, corrói e envenena.
Quero o ser para não estar. Quero o esquecimento para não existir. Quero o existir para não ser.
Quero engolir o mundo, com todos seus espinhos e arestas. Quero sentir o sangue do esôfago rasgado aquecendo por dentro a parte de mim que congelou.
Quero verter todas as lágrimas que não chorei, e libertar todas as vozes que calei por temer que elas se voltassem contra mim.
Quero o impacto profundo com uma parede de concreto, vezes o bastante para que a consciência se esvaia.
Quero a escuridão do esquecimento.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
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2 comentários:
Muito bom...
Adoro o jeito como vc usa as palavras...
E q eu adoro não é novidade...
Aah, respondendo seu comentário,
brigada pela "dica"... E a história foi real... ;)
mais poemas e textos, please *_____*
até mesmo de maneira angustiante você cativa com sua escrita.
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