Pois eu insisto em concordar com Roosevelt, quando ele diz que se deve, todos os dias, fazer aquilo de que se tem medo. De preferência, em momentos de tensão. E que se danem as mãos que se recusam a parar de tremer, o coração que esquece que deve seguir um ritmo pré-estabelecido para continuar funcionando - em vez de disparar feito um louco ou congelar de vez -, as maçãs do rosto que se aquecem e adquirem uma coloração totalmente diversa da habitual, e a vontade de se enfiar debaixo da cama e não sair de lá nunca mais.
Medo também é pathos. E já dissemos antes: o pathos é o que faz com que nos sintamos vivos. E Platão que se exploda, com toda sua frieza, sua pureza, sua perfeição utópica.
Não vou dizer que não seja um processo doloroso. É, e muito, especialmente se demorar muito tempo para juntar a coragem necessária para encarar o bendito de frente. Mas dói menos que se recolher, dia após dia, chorando com medo do medo. Este é, aliás, o pior dos medos: o medo de temer, o medo de ousar superar os temores.
Mas, uma vez que se consegue... As recompensas podem vir de diversas formas: mal-entendidos solucionados, um texto particularmente ousado e bem aceito, uma afirmação inesperada e inebriante.
Não tenha medo de chorar em público; não tenha medo de dizer que gosta de alguém; não tenha medo de provocar seus sentimentos e de, possivelmente, quebrar a cara em algum ponto do caminho. Não tenha medo de dizer que errou. Não tenha medo de acertar.
Mas, que fique bem claro: ainda tenho todo o respeito por medos de altura, baratas, palhaços, escuro, aranhas e fantasmas. Porque sem esses medinhos estúpidos - e freqüentemente irracionais -, que material teríamos para implicar com nossos amigos?
3 comentários:
É... É o pathos, bendito, sempre presente na vida todos...
Concordo contigo... É bem por aí...
Como já comentei, nas horas de maior desespero, em que se sente realmente mal, vc acaba por concordar com Platão, afinal, nada "melhor" do q não sentir esse desespero todo... Mas é esse mesmo desespero q faz nos sentirmos vivos, sem ele, seríamos apenas pedaços de carne com algumas pequenas habilidades...
Sentir medo faz parte. Acho q é a "modalidade" do pathos mais forte, qualquer pessoa sente, em situações variadas, por mais q tente fingir q não...
Enfim...
Aaah, pois é... Esses últimos medinhos são bem irracionais, mas tbm consegue dar uma corzinha na vida...
huahauahua
Enfim... Bjo!
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Respondendo: Sim, sim, Bedtime é um disco incrível... Sem dúvida um dos meus favoritos. Mas meu campeão continua sendo o Erotica... Aliás, eu gosto de mta coisa dela... Mas fácil dizer os q eu não gosto... huahuahaua
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Amei o texto. O título, muito bem elaborado, e o texto, com uma leitura gostosa... sim, és A cronista e A escritora *-*
o medo, apesar de já carregar um aspecto restritivo, possui o caráter de estimular atitudes, inconscientemente. Amei!
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