terça-feira, 16 de setembro de 2008

Resgato

Terminei meu cigarro e fui adiantar minha vida. Parei para dois dedos de prosa com um dos meus muitos psicopompos de estimação, quando ouvi chamarem meu nome.

Ela corria desesperada da porta aos fundos do prédio. Olhava para mim, chorava, pedia ajuda, recomeçava a maratona. Logo entendi o desespero: seu bebê, ainda menor que minha mão, preso em um buraco.

Com medo de apanhar - afinal, independente da espécie, uma mãe desesperada vai lutar com unhas e dentes pela proteção do seu filhote -, me aproximei da criaturinha assustada. Uma coisinha minúscula e tremelicante, de enormes olhos azuis e sardas sarapintando o narizinho delicado. Não ofereceu resistência e, tão logo se viu alçada do chão, agarrou-se à minha camisa como se sua sobrevivência dependesse disso. Cruzei os braços, protetoramente, e a levei até sua casa.

A mãe, depois de ver que sua cria estava segura, foi cuidar de seus afazeres e deixou a criança sob meus cuidados. Tão logo esta se acalmou, graças à segurança de seu lar, fui para minha aula.

E foi assim que fiquei amiga de Pandora, a filhota de Felícia. Ambas moram na caixa de papelão na entrada do ILUFBA, e, da última vez que chequei, estavam indo muito bem, obrigada. 

4 comentários:

Fernanda Pedrecal disse...

Didi, a protetora dos gatinhos da UFBA! :D

Adorei a aventura. Queria ter visto este "resgato"... ^^

Beijocas!

Aline Barbosa disse...

Protetora mesmo!
Tem gatos correndo riscos... Chama a Dee! xD

Adorei o texto... Muito bem escrito, as always...
E o caso foi bem bonitinho mesmo... *-*

Bjo!
\o7

Camila Melo disse...

Ow que lindo!!!

=PP

seu gatinho está em apuros??Ligue para DEE!ehehhehe

beeeeeejo!

De Beachbarengril disse...

Resgato! hahaha que criativo. E que criativa a escrita. Amei, amei, amei!